Quando o saco pesa no bolso

 

Nunca se falou em preservação do meio ambiente como hoje em dia. Cada vez mais todos estão conscientes de que o planeta precisa de uma atenção especial para que possamos conviver em harmonia nele. E que o planeta não perdoa quem o maltrata, numa vingança legítima contra aqueles que nunca lhe deram atenção. E a suspensão do fornecimento de sacolas plásticas pelos supermercados é um alívio para a natureza. Nunca as empresas foram tão politicamente corretas, correto? Errado.

 

Não resta dúividas de que a suspensão do fornecimento de sacolas plásticas reduz o seu descarte nos lixões. Contudo, onde as sobras, embalagens e demais dejetos são alojados antes de irem para a rua? Em sacos de lixo! Feitos do mesmo plástico que fora renegado nas sacolinhas dos supermercados. E, diga-se de passagem, nenhum saco de lixo do mercado é ecologicamente correto. Assim sendo, qual o verdadeiro ponto em se suspender o fornecimento de sacolas? Precisamos buscar soluções alternativas e não simplesmente suspender o fornecimento das sacolas.

 

O custo de toda sacola "gratuita" está embutido no preço da mercadoria que você compra. Após a suspensão do fornecimento de sacolas, os preços não foram reduzidos nem um centavo nos supermercados. E no final, você precisa comprar alguns pacotes a mais de sacos de lixo por ano no mesmo supermercado onde antes você recebia sacolas de plástico "gratuitamente"! Simples assim. No final das contas, quem paga a conta desse falso alívio para a natureza é você, consumidor!

 

E buscando alternativas em tempos remotos, encontramos uma alternativa viável. Os famosos saquinhos de papel, renegados em nome da modernidade que o plástico e a indústria do petróleo tinham a oferecer com as sacolinhas plásticas, podem ser agora uma alternativa viável para os consumidores. Dar um passo atrás para promover avanços é uma estratégia viável. Se a indústria de refrigerantes está de volta com as famosas garrafas de vidro, porque os sacos de papel não podem ser a melhor alternativa para nossa voraz sociedade consumidora? O papel é reciclável, resistente, serve para o despejo de lixos pequenos e são ecologicamente alinhados com as nossas necessidades e as necessidades dos supermercados.

Que o governo ou a iniciativa privada paguem por suas escolhas, mas nós, consumidores, não temos nenhuma relação direta com o meio oferecido para acomodar nossas compras. Foram decisões econômicas unicamente. Não podemos carregar mais esse fardo que ambos tentam nos impor. Os debates para a busca de melhores alternativas é sempre a melhor solução. Ou você vai aceitar fazer compras nos supermercados sabendo que continua pagando pela sacolinha plástica onde suas compras não estão mais?

 

Reinaldo Q. Azevedo