Qualidade do ensino nas escolas estaduais piora, afirma Idesp

05/04/2012 15:18

Metade dos professores estaduais não são efetivos, a carreira não é atrativa e muitos vão buscar outras alternativas profissionais”, afirmou professor da USP .
 

 

Duas das três notas de Ribeirão Preto no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) tiveram queda no comparativo entre 2010 e 2011. As reduções ficaram nas avaliações aplicadas ao 9º ano do ensino fundamental (de 2,30 para 2,22) e à 3ª série de ensino médio (de 1,97 para 1,89). Os dados foram divulgados na quarta-feira (4) pela Secretaria Estadual de Educação.

“As quedas são ruins. O ensino médio como um todo vive uma crise. Metade dos professores estaduais não são efetivos, a carreira não é atrativa e muitos vão buscar outras alternativas profissionais”, afirmou o professor da USP (Universidade de São Paulo) e membro do Conselho Municipal de Educação, José Marcelino Rezende Pinto.

O 5º ano do ensino fundamental em Ribeirão foi o único que apresentou melhora na nota de um ano para o outro, passando de 3,78 para 4,33. Além disso, neste ano escolar e na 3ª série do ensino médio, as notas de Ribeirão foram superiores às do Estado –0,09 e 0,11 pontos, respectivamente. Para o 9º ano do ensino fundamental, Ribeirão perdeu 0,35 pontos.

De acordo com o coordenador da regional do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Mauro Inácio, o Idesp reflete uma contradição do Estado.

“O Governo orienta que cada escola faça um projeto pedagógico diferente. Porém, na hora da avaliação, é a mesma para todos.” Segundo ele, o índice não tem o objetivo de discutir a qualidade do ensino, e sim punir professores e escolas com notas baixas.

Todas as escolas da rede estadual de ensino são avaliadas pelo Idesp. A pontuação varia de 0 a 10 e permite que o Estado fixe metas anuais para o aprimoramento da qualidade da educação.

A Secretaria Estadual de Educação não comentou os números regionais. Sobre os estaduais, o órgão considera que São Paulo “está no caminho da melhoria da qualidade, visto que o ciclo II do ensino fundamental já começa a refletir a tendência de resultados positivos que vêm sendo sistematicamente obtidos no ciclo I”.

 

 Por: RAC